sábado, 2 de novembro de 2013

O Creme Parmantier

Antoine Augustin de Parmantier, o grande impulsionador da batata, viveu entre 1737 e
1813. Era farmacêutico militar e agrónomo francês.
Naquela época dizia-se que a batata era indigesta e prejudicial para a saúde. Acreditava-se ainda que provocava lepra, motivo pelo qual era alimento apenas para os animais. Porém, nem toda a gente acreditava neste boato e utilizava a batata para fazer pão: reduzia na farinha e misturavam a batata com o trigo.
Quando Parmantier foi prisioneiro da Guerra dos Sete Anos, em Wesfalia, descobriu o valor nutritivo deste tubérculo e ainda que era um produto muito apreciado pelo povo local.
Em 1772, quando a academia de Besançón instituiu um grande prémio para quem descobrisse algum vegetal capaz de complementar a alimentação humana em caso de escassez, Parmantier ganhou o prémio com um trabalho sobre a batata e as suas qualidades nutricionais.
Mas foi em 1785 que cederam um terreno a Parmantier para este cultivar a batata e fazer as respectivas experiências. Só começou a ter sucesso quando Luís XVI começou a passear com uma flor de batata no casaco. 
Para que o povo levasse a batata em consideração, os terrenos onde se encontravam as batatas semeadas eram guardados por seguranças apenas durante o dia, fazendo com que durante a noite o povo fosse lá roubar batatas, convertendo-se assim numa das melhores campanhas publicitárias da história. Também foram impressos folhetos de forma massiva, onde explicava como se cultivava.
Parmentier foi nomeado inspector de Saúde pública, criou a escola de Pastelaria de París, escreveu muitos trabalhos sobre o milho, o ópio, as castanhas, vinhos, conservas, como se extrai o açúcar e a higiene alimentar.
Durante muito tempo a batata chamou-se parmantier, e com esse nome designaram-se diversas elaborações culinárias à base de batata, como a sopa, a tortilha com ovos mexidos, como guarnição e o empadão gratinado. Esta é ainda a base de muitas das nossas sopas, uma delas o Caldo Verde ou a Sopa Glória.



RECEITA
  • 6 batatas médias
  • 1 alho francês ou 3 dentes de alho
  • 1 cebola pequena 
  • 1 Fio de azeite
  • Água q.b.
  • Sal e caldo de galinha q.b.
Fazer o puxado com os ingredientes em corte de mirepoix, em lume brando. Adicionar a água a tapar os ingrediente, adicionar um pouco de sal e levar ao lume a cozer. Depois de cozido, triturar tudo, passar pelo chinês para ficar mais cremosa, e levar ao lume para ferver. Rectificar temperos (colocar mais sal se necessário e o caldo de galinha). 
Esta sopa pode ser servida assim, ou com a guarnição que mais desejar (ovo escalfado, croutons, ervas aromáticas a gosto  ou outros legumes...)
Bom apetite!












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